DEFICIÊNCIA AUDITIVA - TEMA PARA APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO

11/03/2016 22:06


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

LEONARDO NASCIMENTO DA SILVA  201249540011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seminário apresentado a Universidade Federal do Pará, como parte da avaliação da disciplina Estágio Supervisionado III, ministrado pelos professores Elizete Lobato de Alexandria e Paulo Roney Klipp Goulart.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IPIXUNA DO PARÁ

2015

 

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

 

 

DEFINIÇÃO

          Deficiência auditiva é considerada genericamente como a diferença existente entre a performance do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989).
Zero audiométrico (0 dB N.A) refere-se aos valores de níveis de audição que correspondem à média de detecção de sons em várias frequências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz, O (hertz) etc.

 Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição).

Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve; de 41 a 55 db - surdez moderada; de 56 a 70 db - surdez acentuada; de 71 a 90 db - surdez severa; acima de 91 db - surdez profunda; e anacusia.

Outra definição Deficiência auditiva é a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis. Segundo o decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999, a deficiência auditiva é uma "perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis".

 

OUTRO CONCEITO: É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (causa genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo.

A deficiência auditiva moderada é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico. Em graus mais avançados, como na perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média) e profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis), aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado.

Perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por um médico especialista ou por um fonoaudiólogo.

 

TIPOS DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

 

• Deficiência auditiva condutiva: Qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna (cóclea). A orelha interna tem capacidade de funcionamento normal mas não é estimulada pela vibração sonora. Esta estimulação poderá ocorrer com o aumento da intensidade do estímulo sonoro. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico.

 

OUTRO CONCEITO: A perda auditiva condutiva também conhecida por hipoacusia deve-se a um problema no ouvido médio ou na parte externa do ouvido, o que impede que o som chegue ao ouvido interno de forma clara e perceptível. Normalmente, este problema, ocorre porque o canal do ouvido fica entupido ou os ossinhos do ouvido, como o estribo, ficam mais rígidos, o que impede que o tímpano se movimente, ocorrendo no caso de otosclerose, por exemplo.

A diminuição auditiva pode ser unilateral ou afetar os dois ouvidos e, geralmente, a perda auditiva condutiva é de grau leve ou moderado, variando de 25 a 65 decibel e, por isso, o individuo consegue ouvir os sons mesmo que não consiga perceber tudo de fora clara.

Causas de perda auditiva condutiva

 

A causa mais comuns de perda auditiva condutiva é a obstrução do canal do ouvido, causado pela presença excessiva de cera. Porém, pode ocorrer devido:

 

Infecção no canal do ouvido ou no ouvido médio;

Tímpano furado;

Líquido no ouvido médio, como água;

Presença de um objetos estranhos no canal do ouvido;

Otosclerose, que é um mau funcionamento dos ossículos do ouvido;

Tumores.

 

Sintomas de perda auditiva condutiva

 

A diminuição da audição em caso de perda auditiva condutiva provoca sintomas como:

 

Ouvir os sons mais baixos ou abafados;

Dor no ouvido;

Inchaço da orelha;

Sensação de ouvido tampado;

Zumbido no ouvido;

Vertigens;

Enjoos.

Para tratar a perda de audição condutiva é necessário saber qual a causa que originou a diminuição da audição e, em alguns casos é preciso utilizar um aparelho auditivo ou fazer uma cirurgia para colocar com implante no ouvido médio e, assim ouvir melhor. Para saber como tratar a perda auditiva leia: Conheça os tratamentos para diminuição da audição.

• Deficiência auditiva sensório-neural: Ocorre quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do nervo auditivo. Os limiares por condução óssea e por condução aérea, alterados, são aproximadamente iguais. A diferenciação entre as lesões das células ciliadas da cóclea e do nervo auditivo só pode ser feita através de métodos especiais de avaliação auditiva. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. 

• Deficiência auditiva mista: Ocorre quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.
• Deficiência auditiva central, disfunção auditiva central ou surdez central: Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).

 

GRAUS DE SEVERIDADE DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA 

 

Os níveis de limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva podem ter algumas variações entre os diferentes autores. Segundo critério de Davis e Silverman, 1966:


• Audição Normal - Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição. 

• Deficiência Auditiva Leve - Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Moderna - Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Severa - Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.

• Deficiência Auditiva Profunda - Limiares acima de 90 dB.

 

Indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são mais frequentemente chamados de deficientes auditivos, enquanto os indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos.

 

CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA CONDUTIVA  


• Cerume ou corpos estranhos do conduto auditivo externo.

• Otite externa: infecção bacteriana da pele do conduto auditivo externo.

• Otite média: processo infeccioso e/ou inflamatório da orelha média, que divide-se em: otite média secretora; otite média aguda; otite média crônica supurada e otite média crônica colesteatomatosa. 
• Estenose ou atresia do conduto auditivo externo (redução de calibre ou ausência do conduto auditivo externo). Atresia é geralmente uma malformação congênita e a estenose pode ser congênita ou ocorrer por trauma, agressão cirúrgica ou infecções graves.

• Miringite Bolhosa (termo miringite refere-se a inflamação da membrana timpânica). Acúmulo de fluido entre as camadas da membrana timpânica, em geral associado a infecções das vias respiratórias superiores.

• Perfurações da membrana timpânica: podem ocorrer por traumas externos, variações bruscas da pressão atmosférica ou otite média crônica supurada. A perda auditiva decorre de alterações da vibração da membrana timpânica. É variável de acordo com a extensão e localização da perfuração.

• Obstrução da tuba auditiva 

• Fissuras Palatinas

• Otosclerose

 

CAUSAS DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SENSÓRIO-NEURAL

 

• Causas pré-natais:

 • de origem hereditárias (surdez herdada monogênica, que pode ser uma surdez isolada da orelha interna por mecanismo recessivo ou dominante ou uma síndrome com surdez); e uma surdez associada a aberrações cromossômicas.

• de origem não hereditárias (causas exógenas), que podem ser: Infecções maternas por rubéola, citomegalovírus, sífilis, herpes, toxoplasmose.

Drogas ototóxicas e outras, alcoolismo materno

Irradiações, por exemplo Raios X. Toxemia, diabetes e outras doenças maternais graves 

• Causas perinatais

• Prematuridade e/ou baixo peso ao nascimento

• Trauma de Parto - Fator traumático / Fator anóxico

• Doença hemolítica do recém-nascido ( ictericia grave do recém-nascido)

• Causas pós-natais

• Infecções - meningite, encefalite, parotidite epidêmica (caxumba), sarampo 

• Drogas ototóxicas

• Perda auditiva induzida por ruído (PAIR)

• Traumas físicos que afetam o osso temporal

 

DADOS

Deficiência auditiva atinge 9,7 milhões de Brasileiros

Segundo censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficência auditiva (DA), o que representa 5,1% da população brasileira. Deste total cerca de 2 milhões possuem a deficiência auditiva severa (1,7 milhões têm grande dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdos), e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade auditiva. No que se refere a idade, cerca de 1 milhão de deficientes auditivos são crianças e jovens até 19 anos. O censo também revelou que o maior número de deficientes auditivos, cerca de 6,7 milhões, estão concentrados nas áreas urbanas.

 

Já, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (2011) 28 milhões de brasileiros possuem algum tipo de problema auditivo, o que revela um quadro no qual 14,8% do total de 190 milhões de brasileiros, possuem problemas ligados à audição.

Pesquisas também apontam que o número de deficientes auditivos no Brasil deve somente crescer, pois, além do aumento da população idosa no país, que saltou de 2,7% para 7,4% da população apontado pelo censo do IBGE de 2010, as deficiências auditivas que poderiam ser reversiveis se constadas até 6 meses de idade, apesar da obrigatoriedade do teste da orelhinha, de acordo com a Sociedade Brasileira de Otologia - SBO, são constadas a partir de 4 anos, idade considerada tardia pelos médicos. Outra pesquisa realizada no Rio de Janeiro em 2010 afirma que cerca de 20% das crianças com idade pré-escolar possuem algum grau de deficiência auditiva, porém não identificada.

O SBO afirma que cerca de 15% a 20% da população no país tem zumbido, sintoma que indica perda auditiva. Destes, apenas 15% se sentem incomodados com o barulho e procuram ajuda médica. A entidade também aponta que cerca de 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissional ou em lazer (como shows ou aparelhos eletrônicos), bem como, ao aumento do nível de ruído nas grandes cidades.

As Academias de Audiologia, Otorrinolaringologia e Pediatria afirmam que aproximadamente 0,1% das crianças no mundo nascem com deficiência auditiva severa e profunda. Nas crianças até dois anos, a surdez pode ser causada por meningite bacteriana ou virótica (a maior causa de surdez no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Educação para Surdos - INES); trauma na cabeça associada à perda de consicência ou fratura craniana; medicação ototóxica; e infecção de ouvido persisitente ou com duração por mais de três meses além da surdez congênita.

 

 

FATORES DE RISCO

 

Alguns fatores que podem causar deficiência auditiva são:


• Antecedentes familiares de deficiência auditiva, levantando-se se há consanguinidade entre os pais e/ou hereditariedade.

• Infecções congênitas suspeitadas ou confirmadas através de exame sorológico e/ou clínico (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e sífilis)

• Peso no nascimento inferior a 1500g e/ou crianças pequenas para a idade gestacional (PIG) 
• Asfixia severa no nascimento, com Apgar entre 0-4 no primeiro minuto e 0-6 no quinto minuto. 
• Hiperbilirrubinemia com índices que indiquem exanguíneo transfusão.

• Ventilação mecânica por mais de dez dias

• Alterações crânio-faciais, incluindo as síndromes que tenham como uma de suas características a deficiência auditiva.

• Meningite, principalmente a bacteriana.

• Uso de drogas ototóxicas por mais de cinco dias.

 • Permanência em incubadora por mais de sete dias.

• Alcoolismo ou uso de drogas pelos pais, antes e durante a gestação.

 

IDENTIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO

 

O diagnóstico das deficiências de audição é realizado a partir da avaliação médica e audiológica. Em geral a primeira suspeita quanto à existência de uma alteração auditiva em crianças muito pequenas é feita pela própria família a partir da observação da ausência de reações a sons, comportamento diferente do usual (a criança que é muito quieta, dorme muito e em qualquer ambiente, não se assusta com sons intensos) e, um pouco mais velha, não desenvolve linguagem. A busca pelo diagnóstico também poderá ser originada a partir dos programas de prevenção das deficiências auditivas na infância como o registro de fatores de risco e triagens auditivas.

O profissional de saúde procurado em primeiro lugar é geralmente o pediatra, o qual encaminhará a criança ao otorrinolaringologista, quando se iniciará o diagnóstico. Este profissional fará um histórico do caso, observará o comportamento auditivo e procederá o exame físico das estruturas do ouvido, nariz e das diferentes partes da faringe. O passo seguinte é o encaminhamento para a avaliação audiológica.

No caso de adultos, em geral a queixa de alteração auditiva é do próprio indivíduo, e, no caso de trabalhadores expostos a situações de risco para audição o encaminhamento poderá advir de programas de conservação de audição.

 

DEFICIÊNCIA: VERDADES E MITOS

 

A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência

 

Verdades

•         Deficiência não é doença;

•         Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;

•         As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;

•         Síndromes de origem genética não são contagiosas;

•         Deficiente mental não é louco.

Mitos

•         Todo surdo é mudo;

•         Todo cego tem tendência à música;

•         Deficiência é sempre fruto de herança familiar;

•         Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;

•         As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;

•         Todo deficiente mental é dependente.

QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

 

Segundo o CEDIPOD - Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.

•         Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente".

•         Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.

•         Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.

•         Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.

•         Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.

•         As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.

•         Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.

•         Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.

•         A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.

•         Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.

•         Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.

•         Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.

•         Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.

•         As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.

•         Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.

•         Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor

PREVENÇÃO DA OCORRÊNCIA DE DEFICIÊNCIAS

 

O que é possível fazer para prevenir a ocorrência de deficiências

Antes de engravidar:

•         Vacine-se contra a rubéola. Na gravidez ela afeta o bebê em formação, causando malformações, como cegueira, deficiência auditiva, etc).

•         Procure um serviço de aconselhamento genético (principalmente quando houver casos de deficiência ou casamentos consangüíneos na família).

•         Faça exames para detectar doenças e verificar seu tipo sangüíneo e a presença do fator RH.

Durante a gravidez:

•         Consulte um médico obstetra mensalmente.

•         Faça exames de controle

•         Só tome os remédios que o médico lhe receitar.

•         Faça controle de pressão alta, diabetes e infecções.

•         Faça uma alimentação saudável e balanceada.

•         Não se exponha ao raio X ou outros tipos de radiação.

•         Evite o cigarro e as bebidas alcoólicas.

•         Evite contato com portadores de doenças infecciosas.

Depois do nascimento:

•         Exija que sejam feitos testes preventivos em seu bebê, como o APGAR por exemplo.

•         Tenha cuidados adequados com o bebê, proporcionando amparo afetivo e ambiente propício para seu desenvolvimento.

O que é o TESTE DE APGAR?

 

Esse teste, desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, uma anestesiologista que o desenvolveu em 1952, pode predizer melhor a sobrevivência de um bebê do que o novo teste de alta tecnologia feito no sangue do cordão umbilical.

O Apgar se baseia em observações feitas no primeiro minuto de vida e é repetido aos 5 minutos. É preciso olhar a freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, reação motora e cor, que indica a quantidade de oxigênio que atinge a pele. Cada um recebe uma nota que varia de 0 a 2. Um total de 7 ou mais indica uma condição excelente. Um total de 3 ou menos indica problemas graves e alto risco de óbito.

 

QUE EXAMES MÉDICOS AJUDAM A DETECTAR A OCORRÊNCIA DE DEFICIÊNCIAS?

 

No Estado de São Paulo, existem leis que tornam obrigatória a realização de exames para detectar a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito, a credetização ( limpeza dos olhos ao nascimento ) e a vacinação (contra meningite, poliomielite e sarampo.

Em todo o Brasil, deve ser exigido do hospital o exame do pezinho, e o teste do APGAR.

 O vírus da rubéola é outro dos responsáveis pelo surgimento de deficiências visuais e auditivas durante a formação dos bebês no útero materno. Por isso é importante que toda mulher entre 15 e 29 anos vacine-se.

Outros exames laboratoriais necessários para a mãe são os de urina e fezes, o da toxoplasmose e o da sífilis.

    

COMO EVITAR UMA GRAVIDEZ DE RISCO?

 

Diversos exames ajudam a prevenir a gravidez de risco, entre eles o hemograma (exame de sangue), a glicemia, a reação sorológica para sífilis, o teste de HIV (AIDS), tipagem sanguínea, urina, toxoplasmose, hepatite e fezes.

Esses exames permitem constatações importantes já que a rubéola, por exemplo, se adquirida durante o primeiro trimestre de gravidez, pode provocar má formação fetal, abortamento, deficiência visual e auditiva, microcefalia e deficiência mental. O mesmo pode acontecer no caso da mãe ter contraído sífilis e toxoplasmose.

Durante a gestação, o médico que acompanha a gestante pode se utilizar de outros exames disponíveis, como a ultra-sonografia. O histórico da gestante pode indicar uma gravidez de risco se houver casos de deficiência na família, gravidez anterior problemática e idade avançada ou precoce da mãe. Nestes casos, o casal deve procurar um serviço de estudo cromossômico para conhecer as probabilidades de possíveis anomalias no feto.

Atualmente, alguns exames ajudam a detectar a ocorrência de alterações no desenvolvimento fetal. Dentre eles, citamos o do vilo corial, a aminiocentese, a cordocentese, ecocardiografia fetal e o doppler. 

São exames que permitem ao médico diagnosticar se o bebê é portador de Síndrome de Down, anomalias cromossômicas, doenças infecciosas, problemas cardíacos ou alterações da circulação sanguínea.

 

COMO PREVENIR ACIDENTES QUE POSSAM ACARRETAR DEFICIÊNCIAS?

 

As principais causas da deficiência no Brasil são a má nutrição de mães e filhos, as infeções, os acidentes de trânsito, os acidentes de trabalho, as anomalias congênitas e a violência. Os acidentes de trânsito ocorrem na maior parte com pessoas na faixa etária entre 20 e 35 anos. Outros tipos de acidentes também causam deficiências. Entre eles estão a queda de altura e os ferimentos por arma de fogo e arma branca.

A deficiência mental, é ao contrário do que se possa pensar, fruto do meio social que vivemos, 60% dos casos ocorrem devido a causas ambientais, enquanto que apenas 40% se devem a distúrbios genéticos hereditários. Não se tem muitos dados sobre a deficiência auditiva, sabe-se que as principais causam são: as infeções e as doenças trabalho. Com relação a deficiência visual, os dados também são incompletos, sabendo-se que as principais causas são: as infeções e os distúrbios vasculares. No Brasil, surgem 17.000 novos casos de paralisia cerebral ao ano, responsável por deficiências motoras e múltiplas.

 

O QUE É ACONSELHAMENTO GENÉTICO

 

É o fornecimento de informações a indivíduos afetados ou familiares sobre risco de um distúrbio que pode ser genético, acerca das consequências dos distúrbios, da probabilidade de desenvolvê-lo ou transmiti-lo, e dos modos elos quais ele pode ser prevenido ou atenuado.

Como auxiliar alguém com deficiência auditiva

 

· Fale claramente, de frente para a pessoa, tomando cuidado para deixar visível sua boca.

· Não grite, fale em tom de voz e velocidade normais, exceto se lhe pedirem para levantar a voz ou falar mais devagar.

· Fale com expressão. Estas pessoas não podem ouvir as mudanças sutis do tom da voz indicando sarcasmo ou seriedade. Mas elas saberão ler suas expressões faciais, gestos ou movimentos do seu corpo.

· Ao conversar, toque levemente seu braço para a pessoa perceber que você quer falar-lhe. Mantenha o contato visual. Do contrário, a pessoa pensará que a conversa acabou.

· Se você não entender o que um surdo quer lhe dizer, peça para que ele repita. Se mesmo assim você não o entender, peça para que ele escreva o que deseja.

· Se um surdo estiver acompanhado de intérprete, fale diretamente ao surdo, nunca ao intérprete.

· Utilize linguagem de sinais, avisos visuais e, se for exibir um filme, opte por filmes legendados ou providencie um resumo do filme.

· Não cruze ou ande entre duas pessoas conversando em linguagem de sinais, isto atrapalha ou impede a conversa.

 

LEGISLAÇÃO E DECRETOS

 

Embora muitos sequer saibam, desde janeiro de 1991 a Lei Federal 8.160 obriga que o “Símbolo Internacional de Surdez” esteja visível em todos os locais que possibilitem acesso, circulação e utilização de pessoas portadoras de deficiência auditiva, além dos serviços que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso.

E, como estamos falando de Brasil, a lei, assim como tantas outras, é descaradamente descumprida não só pelos órgãos responsáveis assim como por muitos condutores.

REFERÊNCIAS

https://www.deficientesemacao.com/deficiencia-auditiva acessado em 22/01/2016.

https://www.adap.org.br/site/index.php/artigos/20-deficiencia-auditiva-atinge-9-7-milhoes-de-brasileiros Acessado em 24/01/2016.